sexta-feira, setembro 11, 2009

Ele quase sempre demonstra ser bem durão
Não sabe lidar com os melodramatismos dela e sempre tenta fazer uma piada
Mas aí ela emudece e ele fica com medo de tê-la deixada braba
Então ele tenta confortá-la com considerações sérias
Aí ela ri
Eles passam pelas mesmas dúvidas da pré-adultescência
Só que ela fala
E ele encosta a cabeça no travesseiro ao seu lado e fica quietinho
Às vezes solta um “sei lá”
E isso basta para ela entender tudo que ele sente
Eles evitam dar nome ao relacionamento que têm
Com o nome viriam as regras
E nada mais teria graça
Eu lembrei dos dois ainda um pouco crianças ajudando na mudança de uma antiga colega
Lavando a louça do almoço e sentados no ponto de ônibus sozinhos e sujos
Lembrei que eles se conheciam há um tempão e que talvez tenha sido por isso que as coisas aconteceram tão naturalmente quando se viram
Ela pensa sobre quando ele for embora
E pensa que pode ser que ela vá antes
Mas ela tem o pressentimento de que nunca mais vão sair um da vida do outro
Por que a corrente que os une parece assim...
leve, invisível e muito forte

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