sexta-feira, abril 27, 2012

O fim de uma longa vida

Hoje cedo acalmei um pouco a mente, passei um café fresquinho e olhei pela janela. Foi uma homenagem particular a ele, nascido num tempo em que as pessoas não corriam tanto. 

Ele se foi esta manhã, levando consigo o segredo do que tinha nas mãos. Nos últimos anos, degenerado pelo Mal de Alzheimer, ele cutucava sempre alguma pequenina coisa imaginária na palma da mão esquerda. Era como se fossem sementes, pedrinhas, algo assim...

Hoje fiquei contente pelo dia estar bonito. Acho que ele gostaria disso.

segunda-feira, abril 23, 2012

Pedro

Hoje conhecemos o Pedro e ele é lindo. O Pedro vai crescer e ser forte como uma pedra. Ele tem um berço simples e a maioria das suas roupas cheirosas já foram usadas pelos primos. O Pedro não tem frescura, porque é filho de trabalhadores. Foi gerado durante uma greve e nasceu às vésperas de outra. O Pedro tem cara de brabo e abriu os olhos precocemente. Para tirá-lo da barriga foi preciso muita força, fez-nos pensar sobre como é difícil chegar ao mundo, só não menos do que viver nele. Hoje o Pedro nos arrancou algumas lágrimas...

sexta-feira, abril 20, 2012

Vivendo e aprendendo

Eu não sabia que existia um ofício chamado descongelador de corações.
Mas achei alguém que faz.  

domingo, abril 08, 2012

Às vezes

Às vezes eu me pergunto se você morreu, baby.
Talvez você nem tenha existido.
Às vezes eu ainda me pergunto.

sábado, abril 07, 2012

Mentirinhas

Não gostava,
Está bem, talvez gostasse um pouquinho.
Não sentia ciúmes,
Está bem, talvez sentisse um pouquinho.
Não fazia diferença em sua vida,
Porra, fazia diferença pra caramba. 

Melhor rezar uma Ave Maria. 

sexta-feira, abril 06, 2012

Dores de crescimento

Quando eu era pequena às vezes sentia dores nas pernas e me lembro de as pessoas falarem que eram "dores de crescimento". Tenho tido um tipo de incômodo ultimamente, não são mais dores físicas, nem mesmo chegam a ser emocionais, são dores de pensamento, de ideias, de preocupações. É estranho, porque eu tenho certeza de que continuam sendo dores de crescimento e então eu me pergunto onde vou parar.

Há três meses eu ainda me questionava como as pessoas sabem que viraram adultas. Acho que é isso e acho que eu queria voltar para a barriga da minha mãe.