segunda-feira, dezembro 06, 2010

Eu realmente tenho muito mais sonhos do que imagina a minha vã ideologia.

Casa nova

Mudar é algo que sempre me inspira. O ritual de embrulhar pratos e canecas em jornais, guardar livros e perfumes em caixas, é muito significativo para mim. Às vezes tenho a impressão de que passei a vida toda fazendo isso. Mudar sempre dá um frio na barriga, um medo do novo, uma expectativa do que está por vir e muitas coisas a se pensar. Essas sensações preenchem uma necessidade que tenho de estar sempre em movimento.

A fase que deixo para trás foi vivida no centro da cidade, com amigos, apartamento grande e agitado, pouca intromissão da família. Por ali passaram alguns namorados, ali terminei a faculdade, li muitos livros, envolvi-me profundamente na política e acho que cresci um pouco.

Antes disso me lembro de família, colchões no chão e até mesmo uma época com muitas baratas. Agora sigo para um lugar menor, onde vou reencontrar a solidão e fazer as pazes com ela. Um lugar com cara de Fran, onde eu possa fritar ovos de calcinha e sutiã, e ler tranquilamente as obras para o prova do mestrado.