quarta-feira, junho 23, 2010

Pensar em você morrendo é como morrer.

Sobre o processo de anti-sociabilidade

Sou uma peça que não foi feita para esse quebra-cabeça
Alheia ao mundo
Poucas companhias
Escolhidas a dedo
Sinto-me em descompasso
Meus pensamentos correm como loucos
Minhas palavras não os alcançam
Desisto
Não discuto
E depois nunca mais volto lá
Prefiro as letras
Digitar, apagar, cortar, colar, enter, enter, enter
Não é preciso que eu me exalte
Se eu começar não vou parar
Eu só preciso me levantar
Dar as costas calmamente
E nunca mais voltar

sexta-feira, junho 18, 2010

PS.

Eu gosto especialmente da sacada de os anjos comerem as virgens e do Diabo ser a outra face de Deus.

Pra mim é simplesmente genial.

Poesias, Saramago e coisas importantes para escrever

Eu tenho muitas coisas importantes para escrever. Coisas das quais dependem outras coisas muito sérias.

Mas minha cabeça se entristece com rabiscos de correções vermelhas e eu só consigo pensar que morreu o Saramago.

Eu me sinto realmente triste, pois era muito sua fã. E eu sei que agora todo mundo fala isso e que ele estava bem velhinho e todo mundo já sabia que ele ia morrer. Mas eu fiquei bem triste mesmo.

Lembro de três personalidades cujas mortes me pareceram marcar muito as pessoas. Mamonas Assassinas (que não é necessariamente uma personalidade), Airton Sena e Michael Jackson. A minha vida não mudou nem um milímetro por eles. Mas o Saramago eu queria muito ver um dia.

Eu tenho coisas muito, muito sérias para escrever e lá fora o capitalismo mata milhões de pessoas, mas eu tenho mesmo é vontade de ler poesias.

Quando é que o mundo vai parar para eu tomar um chá?
Amizade

Quando o silêncio a dois não se torna incômodo.

Amor

Quando o silêncio a dois se torna cômodo.

O pior

O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso.


~ Mário Quintana - Sapato Furado ~

sábado, junho 12, 2010

No meio da rua, não

"– Mas por que você não deita as suas ideias por escrito? – Digo-lhe. Ele entrepara, não sabe se ofendido ou lisonjeado. Explico-lhe:
– É que, por escrito, a gente pode ler em casa com todo o tempo..."

(A vaca e o hipogrifo ~Mario Quintana)

terça-feira, junho 01, 2010

O poeta

Quem mais me fez escrever não foi um amor
Nem dois amores
Nem duas auroras
Não foram poetas reconhecidos
Nem grandes escritores de prosa
Não foram os professores de redação
Foi um conhecido
Não poderia chamá-lo de amigo
Ele escreve poesias há tempos
E melhorou acompanhando meu crivo
Quando leio as coisas que escreve sei que é tão mortal quanto eu
Então tenho vontade de escrever algo
Ele é melhor do que eu
(Muitos diriam que isso não é difícil)
São assim os que inspiram