domingo, fevereiro 11, 2007

Velhos heróis

Todos nós, quando crianças, possuímos heróis. Eu não fui uma criança de muitos desenhos em quadrinhos, de personagens midiáticos. O meu grande herói foi e até hoje tenta persistir em ser, um homem. Este homem me ensinou valores, me ensinou a desconstruir tabus, me mostrou o que é a felicidade da simplicidade, me mostrou o valor da humildade, me ensinou a ser gente.
Depois, não sei se fui eu ou se foi ele, alguma coisa mudou. Ele já não tinha mais todas as respostas, já não estava mais tão presente, já não me convencia de tudo. Durante um bom tempo continuei vendo-o como o melhor homem do mundo, mesmo enxergando seus defeitos, porque afinal, a vida, o mundo, nos obrigam a ter defeitos.
Mesmo quando os erros ultrapassaram a linha do aceitável, eu o defendí, eu ainda punha a culpa no mundo, no destino e na falta de sorte.
Eu bem que tentei, talvez a errada seja eu, mas hoje eu já não consigo e isto me faz sentir muito sozinha, já não há mais em quem confiar...
Alguma coisa dentro de mim me pede insistentemente para continuar perdoando e entendendo as coisas que passam na cabeça deste antigo herói. Mas o que esta coisa não sabe, é que eu já o enterrei e que talvez não haja mais volta. O que esta coisa não sabe é que eu prefiro a solidão a mais uma decepção. E que entre nós, daqui para frente, sempre haverá seqüelas de uma antiga desilusão.

2 comentários:

Danni Milan disse...

Francisquinha...
passei pra espiar...
beijo

Anônimo disse...

que texto bom... é de sua autoria???... a última frase diz muito, ultimamente...