sábado, outubro 24, 2009

devagar e sempre

Voltava pra casa, em meio às já tão conhecidas luzes alaranjadas do centro da cidade, cabeça baixa olhando sem ver as falhas decoradas das calçadas. Sentia-se uma garotinha. Sapatilha baixa, mochila nas costas, fones de ouvido e a velha sensação de disciplina que a levava cedo pra casa em dias de quietude. Pensava pela trecentésima vez naquele amor devagar e sempre que vivia há anos. Há muito tempo não sofria mais por ele. Era um sentimento divertido e prazeroso, matreiro e inocente. Preferia assim, gostava de deixar as coisas podres para outros casos. Aquele não, aquele era imaculado. Tinha um altar especial em seu coração. E se isso não servisse de nada, ao menos inspiraria poesias.

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