As músicas nos falam diferentes coisas, em diferentes épocas da vida... Foi uma grande coincidência reouvir Oswaldo Montenegro hoje:
"Quero ser estrela lá no Rio de Janeiro
Namorando Madalena na beira do mar
Qualquer dia mãe, você vai ter uma surpresa
Vendo na TV meu peito quase arrebentar (...)
Eu tenho o coração vermelho e o que
Canto é o espelho do que se passa por lá
Lá no Rio de Janeiro" (Pra longe do Paranoá)
"Eu conheço o medo de ir embora
O futuro agarra a sua mão
Será que é o trem que passou
Ou passou quem fica na estação?" (Estrada Nova)
domingo, novembro 27, 2011
sexta-feira, novembro 25, 2011
quarta-feira, novembro 23, 2011
terça-feira, novembro 22, 2011
Fim
Eu sempre achei que a morte fosse algo feio, mas acho que essa foi uma das maiores lições que a vida me deu. A morte tem cara de riso escondido e cheiro de flores frescas.
sexta-feira, novembro 18, 2011
Pela manhã
A cidade está caótica, tanto quanto ou mais do que nós
Pela manhã todos correm desesperados. Cheiram bem
Infinitos perfumes, anseios, desejos, destinos
Muito tempo para atravessar uma rua, mas um homem faz-me um gesto cavalheiro oferecendo a preferência no ônibus
Uma delicadeza honesta e respeitosa. Sorri em troca
Ali havia mais amor do que naquilo em que há pouco chamávamos amor
Do que tudo aquilo que agora é pó
Pó não, pó chega a ser romântico
Do que tudo aquilo que agora é uma irritante conta de telefone que não conseguimos desabilitar
O amor – ah o amor! – ele deve ser muito mais do que isso, não?
Por enquanto persistem esses inesperados sorrisos do dia-a-dia
Que vivem a nos salvar
Dessa vida que insistimos em destruir
Pela manhã todos correm desesperados. Cheiram bem
Infinitos perfumes, anseios, desejos, destinos
Muito tempo para atravessar uma rua, mas um homem faz-me um gesto cavalheiro oferecendo a preferência no ônibus
Uma delicadeza honesta e respeitosa. Sorri em troca
Ali havia mais amor do que naquilo em que há pouco chamávamos amor
Do que tudo aquilo que agora é pó
Pó não, pó chega a ser romântico
Do que tudo aquilo que agora é uma irritante conta de telefone que não conseguimos desabilitar
O amor – ah o amor! – ele deve ser muito mais do que isso, não?
Por enquanto persistem esses inesperados sorrisos do dia-a-dia
Que vivem a nos salvar
Dessa vida que insistimos em destruir
quarta-feira, novembro 16, 2011
Um recado
Se você quer me seguir
Apenas saiba que sou comunista
Até o último fio do meu cabelo
E isso significa que o mundo inteiro é diferente pra mim
quinta-feira, novembro 10, 2011
Novembro
"Se a barra pesar, vinhos, conhaques — tudo isso ajuda a atravessar novembro."
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
segunda-feira, novembro 07, 2011
Uma dúvida:
Quem foi que disse que ele podia entrar, bagunçar o cabelo, a cama e o coração dela; depois ir embora num navio pra fazer a revolução e ainda mandá-la ficar quieta, porque ela bem que gosta?
Ah, foi ela.
Ah, foi ela.
domingo, novembro 06, 2011
Já na milésima primeira vez...
Essa de esfregar mil vezes na própria cara que estão te maltratando
já está te fazendo
sofrer...
já está te fazendo
sofrer...
O hospital
Tinha um cheiro de velho misturado com bosta. Um odor azedo e, ao fundo, todos os tipos de remédios. Isso tudo estava impregnado nas paredes. E eu que tenho mania de contaminação, não tinha para onde fugir. Estava presa por uma noite naquela grande massa de concreto branca cheia de massa humana azeda. Ali nada era alegria, nem tristeza, tudo lembrava resignação. Meu pensamento mais frequente naquelas horas foi de que seria melhor para eles morrerem de uma vez. Menos o menino do quarto ao lado. Só tinha a cama dele lá. Acho que a mãe o acompanhava, havia uma cadeira de rodas e um aparelho daqueles que medem os batimentos do coração. No início da noite faltou luz, já faltava há algumas horas. Os aparelhos de oxigênio de um quarto próximo berravam, era um barulho estridente, insuportável, avisavam que se não ganhassem energia, seria o fim. Gritaram por um longo período, até que a luz voltou. Minha avó desceu três vezes da cama sem força para voltar e arrancou o oxigênio outras duas. Pediu para que tirasse e colocasse o cobertor muitas vezes e para que coçasse suas costas. Enquanto isso, a velhinha ao lado levantava de tanto em tanto para fazer xixi e voltava com um copo de plástico cheio.“Para coletar”, contou. Eram muitos litros de urina, todos os litros de urina. Ela não devia perder nenhuma gota.
Assinar:
Postagens (Atom)