sexta-feira, novembro 18, 2011

Pela manhã

A cidade está caótica, tanto quanto ou mais do que nós
Pela manhã todos correm desesperados. Cheiram bem
Infinitos perfumes, anseios, desejos, destinos
Muito tempo para atravessar uma rua, mas um homem faz-me um gesto cavalheiro oferecendo a preferência no ônibus
Uma delicadeza honesta e respeitosa. Sorri em troca
Ali havia mais amor do que naquilo em que há pouco chamávamos amor
Do que tudo aquilo que agora é pó
Pó não, pó chega a ser romântico
Do que tudo aquilo que agora é uma irritante conta de telefone que não conseguimos desabilitar
O amor – ah o amor! – ele deve ser muito mais do que isso, não?
Por enquanto persistem esses inesperados sorrisos do dia-a-dia
Que vivem a nos salvar
Dessa vida que insistimos em destruir

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