quarta-feira, janeiro 16, 2008

Peripécias da Solidão I

Final de tarde. Naquele dia incrivelmente sobrara tempo. Não que não houvesse o que fazer, havia uma vida inteira pra reconstruir... Sobrara tempo porque jogara tudo para o alto. Dane-se! Simplesmente percebera que muitas das coisas com as quais costumava se preocupar não faziam sentido algum.
Naquele final de tarde o sol parecia gritar: “Estou fazendo um final de tarde!” A Luz que entrava pela sacada do estranho apartamento aprofundava ainda mais o silêncio. Ligar a televisão ou o rádio - uma tentação pecaminosa. Aquele era o próprio santuário da solidão.
Que estranho vazio. Que estranha inércia a impedia de acabar com ele. E o celular ali, resplandecendo a ameaça de tocar.

Um comentário:

Anônimo disse...

frio :~~