sábado, abril 21, 2007

Os sem-remédios da vida minha

Não há remédio, o mundo vai sempre te magoar. Você sempre vai acreditar em alguma coisa que não existe ou que não é realmente da forma como lhe disseram. As pessoas vão sempre mentir para você, nem todas irão, mas com certeza muitas delas; E você vai novamente, como em tantas outras ocasiões, sentar, chorar, se lamentar, meditar sobre o ocorrido, jurar que nunca mais deixará as ilusões se apossarem do seu lado racional, tomar um copo de água com açúcar – dizem que acalma, eu acho que engorda. Depois vai esquecer, porque todos, uns mais outros menos, sofremos desse mal, o mal da perda de memória recente; E vai sair a viver novamente e, não com menor velocidade, mais uma vez estará chorando sentado.
Então haverá duas possibilidades, fechar-se ao mundo cruel e agir como ele, andando por aí infeliz a despedaçar corações desavisados – bem conheço os que o fazem – ou fingir-se de desconhecedor das engrenagens da vida tentando ser feliz em cada nova oportunidade, iludindo-se sim com a possibilidade de desta vez ser eterno, sem lágrimas, sem hematomas, sem angústias e sendo feliz, ao menos enquanto a ilusão durar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acreditar no que não existe é necessário, assim como quem conta a mentira e quem a toma como verdade.
Chorar, lamentar, meditar nos faz pensar a ver as coisas de outros ângulos.

Acho que exitam outras possiblidades além das duas que você nos fala. Mas, é melhor que você mesmo pense e reflita sobre o assunto sozinho.

Pra que ser eterno?

Zé Eduardo Calcinoni