segunda-feira, dezembro 12, 2011

Pode ser, pode ser...

Ela tinha a nítida sensação de que o tempo estava passando. E estava mesmo. Ás vezes, quando parava para pensar nisso – o que acontecia involuntariamente muitas vezes ao dia – sentia os meses deslizarem por entre os dedos, mas não havia nada que pudesse ser feito. Ela sabia que a vida dele ia por um caminho desconhecido, que seguia para um destino oposto ao seu. Quando pensava nisso, e fechava os olhos, e lembrava, não podia acreditar. Não cabia na compreensão. Era como se não houvesse a menor possibilidade de aquilo ter acontecido. Parecia óbvio que quando ela acordasse, no dia seguinte, ele a estaria olhando. 

Depois passa. Todo mundo que já viveu isso garante e ela acredita. Mas pode ser que volte à mente às vezes, durante uns meses, por muito tempo ou toda a vida. Pode ser que daqui a 20 anos ela acorde um dia e antes de abrir os olhos ainda tenha a sensação de que ele está ali. Pode ser.

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