terça-feira, maio 05, 2009

Sobre a arte

Se a minha arte fosse plástica você se assustaria
Com a quantidade de escuridão que há nela
E se a minha dor tivesse som
Você ficaria surdo
E todos os vidros da redondeza quebrariam
Todas as noites na volta para casa
Quando as ansiedades do dia se foram
Há um grande buraco em mim
Estou sozinha
Não há em quem pensar nem com quem contar
Não importa o quanto me digam que há
Ninguém está ao meu lado
E ninguém vê comigo a poesia da lanterna na bicicleta que me distrai
Linda, quase me faz ser atropelada
A minha arte é tão pequena
Tão limitada, tão dependente das palavras
Há tantas palavras que eu não conheço
E mesmo que as conhecesse, não seriam suficientes
O que me dói é ela pulsando em mim
Rasgando as paredes do meu coração
Ai, como arde não saber expressá-la
Queria dividi-la
E é por isso que me sinto tão só
Nunca encontrei alguém
Que veja o que eu vejo

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