quarta-feira, abril 22, 2009

Eu te achei lindo desde sempre - este sempre não é de sempre, mas como sempre não se pode medir, uso o sempre que se refere a você em mim -, lindo por dentro e por fora.
Quando enfim o teu sempre começou em mim eu ainda pedia para as coisas passarem devagar pelos ponteiros do relógio para que eu não perdesse o controle delas. Todos ao meu redor avisavam-me do risco que há em correr. Porém, a sensação do vento batendo no rosto era tão boa que larguei as rédeas e, a galope, fomos longe, longe...
Chegastes num momento em que havia um buraco também em mim, isso, acho, nunca te contei, e nisso pequei eu na mesma proporção que tu. A tranqüilidade em estar nesse lugar de paredes coloridas foi a tua presença nele que me ajudou a ter. E você me mostrou o Cruzeiro do Sul, no céu e em mim. E disso eu nunca vou esquecer (gostosa coincidência para nós, dois garotos latino-americanos, sem dinheiro no bolso e sem parentes importantes).
Tenho economizado os sabonetes cor-de-rosa que você me deu e ainda não arrumei a cortina que não deu tempo de você arrumar pra mim. Não sei por que faço isso, mas há lembrança e saudade de ti em cada página lida nas tardes silenciosas, na mesa do café e no travesseiro virado para o lado que dormem os mortos.
Mas eu ainda não sei o que fazer com os sabonetes, meu neném. Eu não sei o que é o amor, e nem você.

Um comentário:

“TUDO QUE É SÓLIDO DESMANCHA NO AR” disse...

Olha Fran,
Nunca lí coisas tão lindas quanto essas... Mas não precise guardar os sabonetes que te dou mais, vou tomar café com vc quando desejar...
Beijos e Saudades.

Willian