Eu te achei lindo desde sempre - este sempre não é de sempre, mas como sempre não se pode medir, uso o sempre que se refere a você em mim -, lindo por dentro e por fora.
Quando enfim o teu sempre começou em mim eu ainda pedia para as coisas passarem devagar pelos ponteiros do relógio para que eu não perdesse o controle delas. Todos ao meu redor avisavam-me do risco que há em correr. Porém, a sensação do vento batendo no rosto era tão boa que larguei as rédeas e, a galope, fomos longe, longe...
Chegastes num momento em que havia um buraco também em mim, isso, acho, nunca te contei, e nisso pequei eu na mesma proporção que tu. A tranqüilidade em estar nesse lugar de paredes coloridas foi a tua presença nele que me ajudou a ter. E você me mostrou o Cruzeiro do Sul, no céu e em mim. E disso eu nunca vou esquecer (gostosa coincidência para nós, dois garotos latino-americanos, sem dinheiro no bolso e sem parentes importantes).
Tenho economizado os sabonetes cor-de-rosa que você me deu e ainda não arrumei a cortina que não deu tempo de você arrumar pra mim. Não sei por que faço isso, mas há lembrança e saudade de ti em cada página lida nas tardes silenciosas, na mesa do café e no travesseiro virado para o lado que dormem os mortos.
Mas eu ainda não sei o que fazer com os sabonetes, meu neném. Eu não sei o que é o amor, e nem você.
Um comentário:
Olha Fran,
Nunca lí coisas tão lindas quanto essas... Mas não precise guardar os sabonetes que te dou mais, vou tomar café com vc quando desejar...
Beijos e Saudades.
Willian
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