Sentada no meio do mundo.
No canto de um bar de rodoviária. Estava lá
encolhida. Tão cercada de pessoas como jamais esteve.
Há muito mais pessoas, medos e maravilhas do que previu
sua imaginação infértil,
pequena e branca.
Já se sentiu tão só, nunca tão branca.
Sente-se mal por sentir-se mal e sua discrição berra aos olhos dos que passam.
Branquidão solitária fazendo anotações
misteriosas na capa de uma revista
espera amedrontada o primeiro expresso
que a leve ao seu reduto cor cor de rosa.
Porque nesta cidade tão grande
cheia de coisas inimagináveis,
não há lugar para branquelos dos pinduricalhos dourados (bem feito pra eles).
19h45 e está indo embora a branquela dos pinduricalhos
agarrada a seu travesseiro
sob quatro milhões de pares de olhos.
Com medo, muda, sozinha.
Todos reparam nela.
Um comentário:
Teus comentários me deixam culpado.
por não te conhecer bem como eu gostaria. (ou como eu imagino que gostaria)
por te conhecer tão bem como a desconheço nestas linhas de traços autobiográficos (ou outrobiográficos) e auto-mágicos.
Te gosto
e gosto assim.
porque te vejo
e a parte que não vejo, imagino.
é saudável que não sejamos completos.
é bom que sejamos completados.
bjs
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