segunda-feira, março 17, 2008

Elas eram tão diferentes, tão destoantes, tão opostamente vibrantes. Tão... próximas. Odiava-a com todas as forças, e no instante seguinte sentia piedade. Acho que já não existia mais amor. Como uma maldição, não conseguia deixá-la. Mesmo depois de tanto ter-lhe feito sofrer. Mesmo depois de tantas humilhações, tantas lágrimas, tanta felicidade desperdiçada. Continuava perdoando-a. E o ar que passava pelos pulmões ia ficando cada vez mais denso. Às vezes parecia que a angústia virava física, e então a cabeça doia.
Saíra do alcance das mãos, mas ainda haviam marcas. Físicas e emocionais. E essas últimas eram as mais difíceis de superar. Quando pequena pensava "por que comigo?"; quando cresceu já não se perguntava mais, pois possuia a resposta. Resposta essa que pesava, como um fardo, que levaria pra vida.

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