quinta-feira, maio 23, 2013

Nova morada

Na janela do novo apartamento vejo um pedacinho importante da cidade. Hoje ele está estranhamente calmo. Gosto deste pedacinho. Já gostava antes de imaginar que um dia me mudaria para cá. Acho que porque ele parecia um trecho inexplorado, um tanto fora da rota, onde havia uma pizzaria em que ninguém nos encontraria. Tenho sentido falta de escrever, mesmo que escrever seja o que faço da vida. Na verdade, tenho sentido falta de pensar e escrever pra dentro (repetindo palavras livremente). Não sobra muito tempo para isso. A vida acaba por nos manter permanentemente embriagados. Só às vezes sobra espaço para momentos de insanidade. Minha cabeça ainda está tentando lidar com tamanha calma, mesmo em meio à barbárie (falo da vida e do apartamento, silencioso em meio ao caos). Não faço ideia de porque ela anda tão tranquila (desta vez falo da vida). Talvez porque eu tenha dividido meu tempo com as pessoas certas, tomado as decisões certas, me dedicado às coisas que realmente gosto, amado na medida certa, em forma e quantidade. A nova casa é grande e calma, assim como anda a vida. Nesse momento eu não queria estar em outras.